quinta-feira, 30 de maio de 2013

Conceição: uma vida toda dedicada á igreja

    O nome dela é Conceição, ou Conceição do padre, como muita gente a conhece por aqui. Veio da cidade de Aguiar ainda jovem, recém-casada, e aqui fez sua morada, apesar de ainda ter morado em Santana de Mangueira, mas por pouco tempo como ela mesma faz questão de lembrar. Não sabemos sua idade e ela não tem a preocupação em dizer, e isso não nos interessa.
   Do marido não conta nada, só que desapareceu e nunca mais teve noticia. Tem uma Irmã na cidade, e esta é quem ultimamente tem se dedicado a cuidar dela, embora Tânia de Mila de Carminha sempre foi e continua sendo para ela como uma filha, sempre ajudando no que pode.
  Começou a ajudar na igreja católica de Boa Ventura há muito tempo, antes mesmo de virar paróquia, quando era capela de Itaporanga. Com a chegada de padre Cipriano e a mudança para paróquia, ela começou a se dedicar mais as atividades da igreja.
   Batia o sino e ajudava os padres nas celebrações e outros trabalhos da paróquia. Não recebia dinheiro pelo que fazia, embora não tivesse renda para se sustentar. “Eu vivia do que as pessoas e o padre me davam. Passei por tanta coisa ruim na vida, nesses mais de 30 anos que não tinha nenhuma remuneração, mas nunca deixei de ajudar na igreja”, conta ela.
   Lembra-se de todos os padres que já passou na paróquia, mas um ela gosta de destacar, que é o padre Djacy, que foi o padre que mais demorou na paróquia e que era muito próxima a ela. “Ele vem sempre me visitar”, diz.
   Lembra-se também do médico Odoniel Mangueira, que aprovou sua aposentadoria e que, a partir desse momento, começou a ter uma vida mais digna, tendo o seu próprio salário. “Eu rezo todos os dias para ele”, conta Ceiça, como agente às vezes Lhe chama.
São muitos fatos que ela conta, mas sempre destaca alguns, como por exemplo, as vindas de Frei Damião para Boa Ventura. “Era muito bom acordar de madrugada e acompanhar as caminhadas dele, e também as confissões e as missas que ele celebrava. Aqui em frente à igreja o povo ficava horas vendo ele falar”, diz. “Até servir a ele na mesa eu servia”, completa.
   Porém, com o peso da idade, Conceição vem enfrentando problemas de saúde, do ano passado para cá principalmente. Foi internada algumas vezes e faz uso continuo de remédios. Não vai mais as missas por causa da coluna, que provoca dores fortes nela.
   Ainda senta na calçada, mas poucas vezes. Os vizinhos sempre ajudam a Ceiça quando esta precisa de companhia. Por toda essa historia de serviço à comunidade, ela sim merecia um titulo de cidadã por parte da câmara Municipal, por ser de fora, mas que doou toda a sua vida a fazer o bem em nossa comunidade, e sem ganhar dinheiro para isso.
   Mas Conceição nunca pensou nisso e acredito que o título de cidadã maior o povo de bem de Boa Ventura já lhe concedeu, desde que aqui veio residir. Uma cidadã humilde e que nunca teve a preocupação em servir por dinheiro. Não lembro dela sendo homenageada em nada na igreja, e isso também não lhe importa, porque tudo foi feito com amor e por amor.
   A ela, o nosso reconhecimento e gratidão, sobretudo pela valiosa contribuição à nossa igreja católica, e a nossa solidariedade nesse momento de idade já avançada e lutando contra problemas de saúde. Este blog sim, lhe concede honras e mostra nestas páginas que você, Conceição, conta com o nosso respeito e admiração, e rogamos a Deus que os frutos do seu trabalho sejam sempre as bênçãos de Deus derramadas em sua vida.







Um comentário:

  1. Mais uma vez parabéns pela justa homenagem. Fomos vizinhos de Conceição durante muitos anos e ela além de cuidar da igreja é uma pessoa muito simpática, atenciosa e amiga. Sempre que vou à Boa Ventura faço questão de conversar com Conceição pra lembrar os velhos tempos. Que DEUS continue a iluminar a vida dela.

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