terça-feira, 11 de março de 2014

Antonio Alvarenga: revelações surpreendentes da esposa do ex-prefeito que era considerado o "pai da pobreza" em Boa Ventura

Posse de segundo mandato de prefeito
Há cinco anos Boa Ventura perdia um dos seus grandes lideres políticos: Antonio Alvarenga. Mas, para dona Arciolina, a morte do companheiro foi como se tivesse ocorrido ontem, devido às constantes lembranças do esposo, amigo e fiel escudeiro da família que ele sempre representou.

Estive na residência da família na noite de ontem, 10, e conversei com a ex-primeira dama do município por três vezes. E dessa conversa produzi essa matéria, no intuito de lembrar as novas gerações de boaventurenses quem foi o ex-prefeito, que durante muitos anos foi um líder político nato, que levava multidões aos seus comícios e que era amado pelos seus eleitores e admiradores.

Em meio a muitas fotos de quando era Alvarenga administrador, ela vai discorrendo um pouco da vida do companheiro. Nasceu ele em uma casa da cidade, ao lado da igreja católica, no ano de 1934. Pouco tempo depois foi morar no sitio Alto dos Caboclos, depois foi fixar residência na cidade de Itaporanga, junto com seus pais.

No ano de 1971 recebeu um convite para ser candidato a prefeito de Boa Ventura, ainda jovem, acabou aceitando e foi o vencedor daquele pleito eleitoral. Em 72 assumiu e ficou três anos no cargo, não completando o mandato por causa do AI-5, decretado pelo governo da ditadura militar instalada no país.
Família reunida 
Depois foi trabalhar na cidade de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, como gerente de uma loja do Armazém Paraíba. Só que em 1982 foi convidado a voltar á terrinha e ser candidato novamente. Aceitou e venceu a eleição, ficando na gestão durante seis anos. E em 1993 venceu outra eleição municipal, assumiu o seu terceiro e último mandato.

Por todo esse tempo que comandou os destinos do povo boaventurense, Alvarenga é lembrado por Arciolina como um bom administrador e, sobretudo por ações que fizeram dele um grande homem: “Ele construiu o colégio Emilia Diniz Alvarenga, mercado público, muitas escolas na zona rural e outras importantes obras na cidade e nos sítios, mas é inegável sua ações em beneficio de sua gente, principalmente as famílias mais carentes do município”, lembra ela.

Certa vez, conta Arciolina, Alvarenga chegou em casa com os pés descalços e ela questionou a ele onde estariam suas sandálias. “Ele me respondeu que teria dado a um rapaz que estaria descalço e teria feito o pedido pelo seu calçado”, recorda, complementando que seu esposo era conhecido por ser um homem caridoso na comunidade.

Festa debutantes
Ela conta que tem muitas histórias para contar em relação a tanta coisa boa feita pelo seu marido, mas um dos momentos mais difíceis da vida de toda a família foi quando, no começo de seu terceiro mandato, em 1993, alguém deixou uma bomba caseira no carro da prefeitura que estava em Itaporanga. “Na camionete da prefeitura tinha ido para Itaporanga Antonio Alvarenga, o motorista e mais de cinco crianças que estudavam por lá. Na cidade, ao entrar no veiculo para voltar pra casa, acharam a bomba e imediatamente a levaram para a delegacia de policia para as providencias. Graças a Deus que essa bomba não explodiu, porque seria uma tragédia”, conta emocionada Arciolina.

Perguntei sobre seu trabalho a frente do posto de primeira-dama, ela diz que se sente gratificada pelo que fez, principalmente por ter fundado no município o clube das mães denominado “Águida Gomes Chaves”, e que fazia um trabalho muito valioso junto às mães e famílias carentes da comunidade.

Dança do xaxado
“Na verdade era uma ação social que fazíamos como distribuição de feiras, realização de eventos sociais, e comemorações de datas especiais”, relembra, salientando também os eventos culturais como o xaxado e as quadrilhas juninas. Naquele tempo, diz ela, a prefeitura não recebia tanto recursos como hoje em dia, mas nós realizávamos muitas coisas boas para a população.

Nas campanhas eleitorais, de acordo com ela, não tinha quase recursos financeiros para os custos de um embate eleitoral. “Certa vez todos preocupados com a falta de um carro de som para o comício, Alvarenga ao ver passar o carro da pomada do padre Cícero, correu atrás e falou com o dono para fazer a propagando do evento, que de pronto aceitou, e recebeu uma ajuda por isso. Foi maravilhoso”

Ele tinha uma legião de amigos e admiradores, que votavam nele pela consideração e pelo bem que fazia na comunidade, enfatiza a esposa do ex-prefeito, que bastante emocionada lembra que ele morreu decepcionado com a política de Boa Ventura, mas não com os amigos. “Ele por não ignorar tanto pedido de ajuda do povo pobre se prejudicou junto ao Tribunal de Contas, e isso ele não se preocupava, pois o que lhe interessava era ajudar seu povo, mesmo à prefeitura recebendo poucos recursos e sendo caluniados pelos seus adversários políticos”. Segundo ela, Alvarenga morreu do coração, mas já estava em estado de depressão profunda, sobretudo depois de receber uma sentença da justiça, penalizando-o com uma prisão domiciliar. " Tudo por causa de sua bondade pelo povo, pois não podia ver seus conterrâneos sofrendo, principalmente na secas. Preferia o seu povo a ter que obedecer critérios técnicos. O seu povo era tudo. No entanto, os adversários aproveitavam para fazer denuncias".

Construção do colégio Emília Diniz
A senhora sente alguma mágoa de alguém? Quis eu saber. Não, respondeu ela, acrescentando que tudo já é passado e que só deseja paz e felicidades para todos.
Quis eu também saber se ele teria deixado alguma riqueza material e ela respondeu que somente a casa onde reside e uma pequena propriedade rural, mas que riqueza maior do que seu exemplo de bom pai e esposo e também de um grande líder popular ele deixou não somente para a família, mas para todos que lhe conheciam e sabiam do seu caráter. “ Penso em escrever um livro sobre a história de vida de Antonio”, disse.

Dona Arciolina Alvarenga atualmente é aposentada como servidora estadual e foi convidada pela atual prefeita de Boa Ventura, Leonice Lopes, para assumir o comando dos programas federais, agora unificados em um só, que vai funcionar na antiga casa paroquial. Com os dois filhos já criados e que moram em João Pessoa, ela vai lutando pela vida, morando na casa onde teve e continua tendo bons momentos, embora a saudade da mãe e do esposo sejam constantes em sua vida e na dos filhos. “E que Deus nos abençoe sempre, né?”, me respondeu ao me encarregar até o portão de sua casa, num gesto fraterno de até logo.

Delcides Brasileiro

4 comentários:

  1. Obrigada Delcides pela considerçao e por escreve um pouco da historia do meu granfe guerreiro..Ele q foi ,e `,sempre sera o grande lider politico de Boa Ventura..Agradeços a todos os seu eleitores q sempre tiveram consideraçao por ele e vejo muitos falarem o q ele fez e agradeçerem por ele ter sido um bom homem..Ele nao e so um exemplo de um bom politico,mas aos q nao sabem ele e tbm um exemplo de um grande pai,sempre amigo,conselheiro.nao jugava e sim ensinava,mostrando sempre estar presente,me ajudava com as liçoes escolares,me levava todos os sabados para nataçao quando criança,e no ensino medio tinha o grande orgulho quando os professores diziam q eu jogava bem,na epeca handeboll,pelo Diocesano,chegando em casa com a medalha para ele era um festa so,era assim meu Pai,hj sai quase 6 anos de saudades,sem suas boas conversas,mas as lembracas e os ensinamentos ficam e isso e o que quero ensinar aos meus filhos ,dizer q eles tiveram um grande avo,um grande homem,q Com sua simplicidade e humildade fez muito pela pessoa de sua cidade q tanto amava..Obrigada a todos..obrigada a vc mais uma vez Delcides..

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  2. Parabéns Delcides mais do que merecido

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  3. Alvarenga era povão... casa de portas abertas.

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  4. este Home se chamava João Candido ele era meu Bisavô, meu Avô contava que na revolta de 30 quando mataram o Pai dele em cima da Carnauba eles sofreram muito tiveram que fugir para um sitio chamado socorro foi lá que começou o sofrimento de toda a familia contava ele que passou muita fome e cede perdido no meio do mato sem ter par onde ir saia para procurar comida e água mas se perdia no meio da mata mas nessa época já existia pessoas de bom colação que perguntavam para ele aonde que ele estava abrigado ia lá devolver ele,contava ele que saia logo sedo para procurar comida e água mas chegava tarde da noite sem trazer nada para o resto da familia que ficou a sua espera com muita fome e sede e com medo de acontecer alguma coisa com ele no meio da mata,contava ele que chegava e encontrava a sua Mãe chorando sem saber o que fazer foi ai então que apareceu um desses Arrudas mas velhos e trouxeram eles para Boa Ventura mas precisamente para Vazia Grande que ra aki perto da cidade de Boa Ventura.
    escrito Por: Ana Julia Candido de Santana !

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