O padre Cicero do Juazeiro morreu há muitos anos, mas seu nome ainda hoje é lembrado por muitos fies católicos do Ceará, sua terra natal, e outros recantos do Nordeste. Até em medicamentos caseiros existem o nome do "santo popular". A pomada que cura muitos males, segundo o anuncio e quem a usa, é um exemplo.
E por essas bandas, um senhor de idade bastante avançada, mas com disposição de gente jovem, e que circula em seu Fiat uno 147, ano 1978, de cor azul e uma difusora no teto do carro, não deixa faltar o "remédio" para muita gente, sobretudo idosos, que acreditam no bem estar que a pomada proporciona.
Ele parece que não é muito de conversa. Passa pelas cidades, faz o anuncio e para o veiculo quando alguém estira o braço para a compra da pomada. Vende, passa o troco quando for o caso, e vai embora lentamente. Quando sai da cidade visitada só volta no outro mês, e pronto.
Hoje eu estirei o braço e ele parece que ficou animado. Pensou que eu iria comprar a famosa pomada do padre Cicero. Por ter aquela aparência de cara fechada, pensei que não conseguiria saber quem era aquela pessoa que há tantos anos circula em nossa cidade e ninguém o conhece direito. Mas não somente isso, eu queria saber mais sobre o carro e a pomada.
Mas quem ver cara não ver coração, acertei em parar o carro e fazer algumas perguntas, que simpaticamente respondeu a todas. Pois bem: Trata-se de Pedro Rafael, de 82 anos de idade, natural da cidade de Patos e que circula não somente no Vale do Piancó, mas todo o sertão paraibano e boa parte do Rio Grande do Norte.
Ele contou que vende a pomada padre Cicero há 35 anos. No seu Fiat 147, vende a pomada há 27 anos e que o carro é muito bom, mas que faz a revisão do mesmo todo santo mês. " Eu passo 15 dias em casa e 15 dias no mundo", contou, afirmando que o seu carro nunca o deixou na mão.
E sobre a pomada, ele contou que muita gente continua comprando o remédio. " A pomada é boa e as pessoas também tem muita fé e isso ajuda a curar as enfermidades", disse. Com os hinos em louvor ao padre Cicero e a voz do locutor gravados, ele continua com boas vendas, de sertão a sertão, sem medo de trabalhar sozinho, e agradando aos fregueses, na maioria devotos do padre Cicero.
" Mas vende mesmo?, quis eu saber. " Se não vendesse eu não estaria por aqui todo mês, né?", respondeu com um sorriso e dando adeus, porque estava apressado para chegar a outra cidade do sertão.
" Mas vende mesmo?, quis eu saber. " Se não vendesse eu não estaria por aqui todo mês, né?", respondeu com um sorriso e dando adeus, porque estava apressado para chegar a outra cidade do sertão.
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