sábado, 31 de agosto de 2013

Oscar com a burra na banguela e a macaca no açude

       Certo dia, o pai de Oscar adoeceu, no sitio Cravoeiro, em Itaporanga, e a solução encontrada foi levar o doente para a cidade de Campina Grande, para tentar curar daquela enfermidade. 

     Mas, carro era coisa de luxo e ninguém tinha na região. Outro problema estava criado. Como o pai de Oscar iria viajar para se tratar em Campina Grande, distante quase trezentos quilômetros do sertão?

    Oscar, homem de atitude, encontrou um jeito: levaria seu pai em uma burra faceira que ele tinha. Isso mesmo. Todos se espantaram, mas não tinha outra solução senão aquela, meio maluca, mas era melhor tentar. Trataram de arrumar as roupas do doente e o animal.

    Oscar todo perfumado e arrumadinho sentou na cela e alguém colocou o pai dele atrás, e para garantir a segurança do genitor, amarraram o velho com um cinto pegando na cintura do filho. Tudo certinho, então.

    Saíram cedinho de casa, viagem cansativa e demorada, mas os dois escaparam e conseguiram chegar a um hospital na rainha da Borborema, já na boca da noite. Depois de falar com um conhecido deles, que era doutor, arrumaram uma cama de mola boa e um prato de comida quente para os dois.

     Oscar ficou admirado com aquela movimentação toda no hospital e parece que não gostou muito não do que viu. Passado alguns minutos depois da janta, Oscar olhou para o pai já deitado e relaxado e disse assim: “Pai, o senhor fique deitadinho ai, viu, porque eu vou ali no sitio Cravoeiro, tomar banho e pegar umas roupas pra mim, e volto logo, viu?”

     O pai concordou e Oscar pegou o beco descendo pro sertão. Quando chegou em Itaporanga, ao chegar em casa, a moçada da calçada foi logo gritando espantado: “ Pera, Oscar, a tua burra morreu, olha só!”.
A resposta de Oscar foi melhor ainda: “ Oxe,  se espantem não, essa burra morreu na saída de Patos, e só chegou aqui porque foi na banguela”.


A cerca inventada na hora

   Oscar já estava se sentindo incomodado com sua mulher, porque ela às vezes queria discordar das verdades que ele contava. Um dia, ele começou com uma, pra uma turma grande sentada na sua calçada: “ tinha 40 chumbos e atirei em 40 marrecos no açude na entrada da cidade de Boa Ventura. Acertei 39 e só errei um tiro”.

    Ele olhou para Marina confirmar e disse: “Num foi verdade, Mulher”?”, ela respondeu que sim e ainda acrescentou de forma inesperada: “ Acertou, sim, e ainda acertou com a outra bala um macaco”.

    Aí não. O bicho pegou. Macaco na água? Todos ficaram assim com a macaca atrás da orelha, mas Oscar de pronto saiu pela tangente e respondeu: “Foi sim, tinha uma cerca no meio do açude e aquele tiro que errei nas marrecas acabei acertando no macaco”.

    Em casa e sozinhos, Oscar foi logo dizendo: “De onde tu arrumou aquele macaco, mulher?, pois fique sabendo que deu um trabalho danado pra eu arrumar aquela cerca na hora para botar o macaco”.




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