terça-feira, 23 de abril de 2013

Saudades de seu Jorge e dona Noêmia de Freitas


       Hoje me deu uma saudade de algumas pessoas amigas de Boa Ventura que já partiram para a morada eterna, e em especial o casal Jorge de Freitas Queiroz e dona Noêmia de Freitas. Tive esse sentimento quando passei em frente à residência dos mesmos, ao lado da igreja matriz de nossa senhora da Conceição, aqui em Boa Ventura.
         A casa fechada, sem mais nenhuma cadeira de balanço na calçada, e o portão e as janelas fechadas me deram a sensação que eles estavam no sitio Barrenta e que mais tarde voltariam para casa.            
          Acredito que os vizinhos ainda sentem a falta deles, pela educação e gentileza de estarem sempre dispostos a ajudar. Há cerca de sete anos morreu seu Jorge e há mais ou menos três anos que Noêmia se foi também, mas parece que foi ontem.
          Seu Jorge não podia me ver para vim ao meu encontro e daí botar a conversa em dia. Gostava de mim pela atenção que eu lhe dedicava e aí, meia volta falava das vezes que governou sua terra natal.
           Tinha orgulho de ser o primeiro prefeito nomeado do município, em 1961, quando da Emancipação Política de Boa Ventura. Era bom conversar com ele. Homem simples e respeitado na cidade.
           Certa ocasião me convidou para passar uma manhã inteira em sua casa, e assim o fiz. Comprou duas cervejas para eu tomar, e dona Noêmia colocou em um prato um queixo muito bom, como num gesto de estarem gostando de minha presença naquele ambiente agradável.
            Ele bebia água e eu de vez em quando um gole da gelada. Dona Noêmia e Aninha ouvindo e dando risadas das conversas. Aproveitei a ocasião e fiz uma matéria para o jornal folha do vali, que naquela época era impresso.
            Não demorou muito para seu Jorge falecer, depois dessa minha visita. Foi questão de meses. Visitei dona Noêmia umas duas vezes e ela, na companhia de Aninha, triste e abatida, fazia questão de lembrar aquele domingo que eu estivera em sua casa.
            Fez questão de ordenar o seu neto, o médico Amaro Jorge, votar em mim para o Conselho Tutelar, quando este estava na cidade e era o dia da eleição e eu era candidato. Depois me mandou um recado para visitá-la, naquela noite. Fui então e ela chorou e parabenizou-me pelo sucesso das eleições. “Se Jorge fosse vivo iria pedir votos para você”, disse.
           Dona Noêmia partiria alguns anos à frente, como de fato aconteceu. Hoje, Aninha vive com as irmãs na cidade de Campina Grande e quando vem a Boa Ventura faz questão de ainda participar do parcoam, grupo da igreja católica. Rogo a Deus que o casal amigo esteja sob a proteção do Divino Espírito Santo, e que Aninha que era o xodó deles, continue sendo bem cuidada pela família.






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