sexta-feira, 3 de julho de 2015

Em Boa Ventura, o desespero e apelo de uma mãe depois de perder o principal sustento da família


Por Delcides Brasileiro/Folha do Vale - A dona de casa Ana Cleide Duarte Duques, de 41 anos, moradora da Rua Mestre Silvino, no conjunto Flávio Arruda, em Boa Ventura, está atravessando um dos piores momentos de sua vida. Há quase três meses, ela está sem receber o beneficio do Bolsa Família, gerando sofrimento e angústia dentro de casa.
                  Casada e mãe de duas crianças pequenas, dona Cleide conta que seu esposo está desempregado. “Minha sorte hoje foi um amigo nosso que deu dinheiro para eu comprar dois quilos de carne”, desabafa ela, que, aos prantos, diz não sabe mais o que fazer para resolver o seu problema. “Há seis anos, eu vinha recebendo o Bolsa Família, que hoje está em torno de 147 reais, mas vai completar três meses que meu nome foi cortado do programa”, lamentou a mulher, ao narrar que já procurou por várias vezes os responsáveis pelo programa no município, mas até agora nada foi resolvido. Dona Cleide disse que chegou a ligar para o programa em Brasília e "informaram que o problema era aqui em Boa Ventura".
                 “Pelo amor de Deus, me ajudem, pois estou sem dinheiro para nada e meus filhos estão sofrendo”. Ela afirmou que seu marido vive de pequenos bicos que faz na cidade e apela para os funcionários da secretaria de Ação Social resolverem o seu problema o quanto antes.
                   Procurado pela reportagem, o gestor do programa Bolsa Família na cidade, Anastácio Cassimiro dos Santos Júnior, respondeu que o cancelamento do beneficio de dona Cleide foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social, em Brasília. Segundo ele, sua equipe já tomou as medidas necessárias para que a dona de casa volte a receber o beneficio, mas que essa ação é burocrática e lenta. “Não é somente Cleide que está com esse problema, mas também outras dez pessoas. Nós fizemos a atualização dos dados e reversão desse processo e já está concedido no sistema, mas falta a liberação do pagamento e isso quem faz é o próprio ministério”, disse.
                 “O que nós podemos fazer por dona Cleide no momento é solicitar da Prefeitura, através de um parecer de uma assistente social, um beneficio eventual, até que o problema seja resolvido”, afirmou Júnior, ao pedir que a dona de casa espere o dia certo para passar o cartão e, caso não receba o benefício, procure o setor do Bolsa Família para providenciar essa medida. O que pode ter acontecido para ser cancelado esse beneficio, segundo ele, foi o não comparecimento da mulher, por três vezes seguidas, ao recadastramento de dados pedidos pelo ministério, além de algumas inconsistências nas informações prestadas. “ Atualmente temos 250 beneficiários com pendências em Boa Ventura e fazemos um apelo no sentido destas pessoas procurarem o quanto antes o nosso setor competente e atualizar seus dados, para que, num futuro breve, não passem pelo mesmo problema de dona Cleide”, comentou.

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