Em julgamento ocorrido nesta segunda-feira, 18, o Tribunal do Júri de Itaporanga condenou o réu José Eudes Campos Pereira a três anos de prisão por tentativa de homicídio. O Conselho de Sentença acolheu a tese da acusação, a cargo do promotor Reynaldo Serpa Filho, que pediu a condenação do réu por entender, com base nos autos, que ele tentou contra a vida de uma criança à época com 8 anos de idade.
O fato ocorreu em fevereiro de 2012 nas proximidades da Igreja do Rosário, centro de Itaporanga, quando a estudante seguia a pé para o Ginásio Diocesano, onde estudava. Embriagado, o homem agarrou a criança por trás e tentou esganá-la, mas foi contido por um popular.
Preso em flagrante, ele foi autuado e está recolhido à cadeia de Itaporanga há três anos e três meses, ou seja, já cumpriu mais do que a pena a que foi condenado nesta segunda-feira, mas ainda não foi solto. Como responde por uma quebra de albergue em uma condenação anterior por homicídio, ele deverá ficar mais quatro ou cinco semanas preso.
O réu, que tem 40 anos, foi defendido pela defensora pública Francisca de Fátima Almeida Diniz, que pediu a desclassificação do delito de tentativa de homicídio para o crime de perigo por entender que o réu não tentou nem tinha a intenção de matar a criança, mas, tomado por alucinações, agarrou a menina "como um escudo de proteção" diante do delírio de que estava sendo perseguido, mas o argumento não foi aceito pelo Conselho de Sentença.
A defensora pública argumentou que o réu é um doente mental, não tem família e sempre viveu em situação de rua, sendo ignorado pela sociedade e pelo próprio estado, que nunca lhe garantiu tratamento psiquiátrico para que ele pudesse ter uma convivência social sadia. Conforme a drª Fátima Diniz, o poder público descumpre a Constituição ao negar condições de uma vida digna a José Eudes, enquanto a corrupção traga o dinheiro que seria para garantir assistência a pessoas como ele. “A única coisa que o estado oferece é a cadeia, mas somente encarcerar homens sem lhes dar nenhuma oportunidade não vai resolver o problema da sociedade”, argumentou a defensora.
Folhadovali
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