Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos, tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais
O Samu de João Pessoa informou nesta segunda-feira (18) que recebeu 49.186 trotes entre janeiro e abril deste ano, o que representa 29,6% de todas as 166.334 ligações recebidas nesse período, ou ainda uma média de 409,8 trotes por dia. Apesar do número ainda ser alto, o serviço disse que houve uma redução de 28% dos trotes recebidos quando comparados com os quatro primeiros meses de 2014. Naquele ano, a Central recebeu 175.105 ligações nos quatro primeiros meses, sendo 68.432 trotes (39%).
O reconhecimento do trote pode acontece, na maioria das vezes, ainda no processo de atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos, tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais.
Este ano, dos 49.186 trotes recebidos de janeiro a abril, 45 só foram identificados depois que a equipe chegou ao local. Em 2014, este número foi de 54 no mesmo período. Mesmo que a grande maioria seja imediatamente identificada como falsa, o número de trotes ainda atrapalha o serviço, já que ocupa as linhas por um longo período de tempo.
Supervalorização de ocorrências
O Samu disse que outro problema identificado nos atendimentos é a supervalorização de supervalorização do quadro clínico dos pacientes, ou seja, quando a situação não é grave, mas passa a ser devido à descrição do paciente.
De acordo com a coordenadora médica, Érika Rivenna, muitas pessoas estão aumentando a gravidade das ocorrências para que sejam atendidas pelo Samu, já que o serviço só pode atender ocorrências de urgência e emergência com risco de morte.
“São vários os casos em que recebemos ligações com descrições de casos graves e acabamos encontrando pessoas com febre, mal-estar ou diarreia, situações que não podemos cobrir”, relatou a coordenadora. Ela ainda citou um caso extremo, em que o usuário chamou uma ambulância apenas para solicitar do médico a análise de alguns exames. “Isso preocupa porque acabamos demorando para atender quem realmente precisa”, afirmou.
Orientação
Érika Rivenna fez questão de lembrar que o Samu também oferece serviço de orientação, que pode ser utilizado pelas pessoas sem a necessidade da criação de uma falsa ocorrência. “Nós não podemos prescrever medicamentos, mas podemos orientar por telefone sobre uma série de cuidados e medidas a serem tomadas, inclusive sobre o hospital mais indicado para receber a demanda”, relatou.
Portalcorreio
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