quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Entidades de defesa dos menores, em Boa Ventura, lançam campanha " Diga Não ao Trote"

             O Conselho Tutela do município de Boa Ventura, em conjunto com o Ministério Público, Centro de Referencia de Assistência Social, cuja sede fica localizada na cidade de Ibiara, Secretaria de Ação Social local e a Policia Civil, lançaram na manhã de Hoje, 20, a Campanha “Diga Não ao Trote”, cujo objetivo é coibir o uso de ligações anônimas feitas ao disk denúncia, efetuadas por pessoas desocupadas e que não tem nenhuma procedência, como já foi constatado pelas autoridades judicial e policial, além dos próprios conselheiros tutelares.

        Estiveram presentes ao lançamento da Campanha “Diga não ao Trote”, o promotor de justiça, Dr. Reynaldo di Lorenzo Serpa Filho, a assistente social do CREAs, a senhora Socorro Ferreira, acompanhada de uma equipe do órgão, composta de um advogado, uma psicóloga e uma orientadora educacional, além da secretária de Ação Social, Lucimery Lima Diniz, dos conselheiros tutelares e imprensa local. A principio, membros do Conselho Tutelar relataram aos presentes, o grande número de casos de trotes ao disk 100, cujo destino é a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, dando conta de inúmeros casos de abusos cometidos contra crianças e adolescentes ocorridos em Boa Ventura.

        Por sua vez, a Secretaria envia a entidade, correspondências mandando que se tomem as providências cabíveis. “Quando recebemos essas correspondências, verificamos que não conferem os dados que os denunciantes repassam, tais como: nome das pessoas, endereços, fatos, em fim, verificamos tudo e nada confere com o que nos chega”, contou o presidente do Conselho Tutelar, Cícero Andrade, que acrescenta existir de fato uma maldade muito grande em quem está por trás desses trotes. “E outra: moramos em uma cidade muito pequena, e qualquer fato que venha a ocorrer dessa natureza é muito difícil às pessoas não ficar sabendo”, disse, esclarecendo que somente este ano o número de trotes chega a 205 casos.

        Ano passado, devido aos trotes, que foi muito menos que esses números atuais, Boa Ventura foi divulgada, de forma errônea, como a sexta cidade da Paraíba a ter casos de abusos sexuais contra menores. O promotor de justiça, Dr. Reynaldo Serpa, disse que o trote é tipificado como crime de falsa comunicação, e que a pena pode chegar a seis meses de prisão. “Já requisitamos a Polícia Civil à abertura de um inquérito policial cujo alvo é investigar de onde está partindo esses trotes e punir os culpados na forma da lei”.

         Ele enfatizou a importância do apoio da comunidade no sentido de ajudar as autoridades a descobrir de onde está partindo essa nefasta ação. “Nós também estamos recebendo as notificações da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, solicitando apuração desses casos, que percebemos se tratar de trotes”. “Ora, ao invés de resolver outros casos, estamos tratando aqui de coibir o uso de trotes, e isso é um absurdo. Mas, eu quero dizer aqui que vamos investigar a fundo tudo isso, e vamos descobrir de onde está partindo esses trotes, e tomar as providencias necessárias”, relatou ele.

         O promotor disse ainda que o disk 100 é muito importante, para o funcionamento das denuncias, que pode ser feita também no anonimato, mas que esses trotes são inadmissíveis. “nós contamos com o apoio do CAOP, que é o Centro de Apoio Operacional do Ministério Público, com sede em João Pessoa, que vai nos auxiliar nessa investigação”. A representante do CREAs, Socorro Ferreira, contou na oportunidade que nas cidades do Vale do Piancó que não existe esse número abusivo de trotes, pelo contrário, quando as ligações ou as denuncias aparecem dificilmente é constado que é um trote. “È por isso que nossa preocupação é grande com relação a Boa Ventura”, explicou.

          Os participantes do encontro também foram a radio comunitária Portal do Vale e participaram de uma entrevista esclarecendo o objetivo da campanha “Diga Não ao Trote”, e discorreram sobre outras temáticas envolvendo as Crianças e adolescentes, como por exemplo, o uso e comercialização de álcool e o do tabaco aos menores.




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