terça-feira, 10 de setembro de 2013

o trauma que fica e o perigo da justiça feita com as próprias mãos

     Prometi publicar no nosso blog uma matéria sobre algumas pessoas que fizeram com que a mulher que seqüestrou a criança em Boa Ventura fosse presa. Fiz algumas tentativas para conversar com essas pessoas, no entanto, não consegui êxito. Elas não querem mais falar sobre o assunto.

   Neste caso, os dois seriam a avó da criança raptada e o jovem que acionou a Policia Militar, avisando que um carro levando uma criança vizinha dele, estaria passando em frente ao destacamento da PM. Vizinhos dos dois, no sitio Várzea da Cruz, contaram que eles, sobretudo, a senhora, agora vive mais em Itaporanga.

   Ela ainda está assustada e muito calada, disse um vizinho. Decidi, então, para não prejudicar sua saúde, não mais fazer procura-lá. Mas gostaria de dizer que o trauma deixado pelo crime e também pela tentativa do seqüestro, que também deixou os pais de uma criança na cidade de Boa Ventura conturbados, mexeu com toda a comunidade local.

   Uma senhora me contou ontem que o seu filho, de sete anos de idade, está com receio de andar sozinho pelas calçadas da vizinhança. “Ele não pode ver um carro da mesma cor daquele que a mulher estava raptando a criança, que ele fica com medo e corre para dentro de casa”, contou ela.
É certo que, por ser uma comunidade pequena e tranquila  a repercussão do caso ainda está á tona, mas acredito que aos poucos todos vão superando toda essa situação. E outra temática importante nesse contexto, é com relação a praticar justiça com as próprias mãos.

    Ninguém pode agir pela emoção, pelo impulso ou pela vontade de fazer justiça. Ora, para isso existem os órgãos competentes. Na noite do fato, uma multidão gritava justiça, até aí tudo bem, mas partir para tentar praticar agressão com acusados não se pode tolerar, porque depois de alguma atitude precipitada um inocente poderá pagar a conta e ai outro crime estará sendo praticado.

   Graças a Deus e ação eficaz dos Policiais Militares, os ânimos foram contidos quando da retiradas dos mesmos para Itaporanga, sendo um dos acusados solto em seguida, por nada ser provado contra ele.

   A jovem foi indiciada, mas também somente o poder judiciário poderá determinar uma pena para ela, depois de todo tramite e da própria defesa da mesma. É claro que, quando, sobretudo menores inocentes são vítimas de crimes, um senso de ódio e justiça perpassa os sentimentos da comunidade, e isso não dá o direito de substituir as leis nem tampouco os órgãos existentes para fazer valer sua aplicabilidade.

   Informações dão conta de que a jovem indiciada sofreu um trauma de uma gestação que não chegou ao seu fim e que o crime cometido por ela poderá ter sido reflexo de um ato impensado, já que a mesma é uma estudante estudiosa e uma jovem de uma família de bem e que ela não teria motivo nenhum para praticar o delito. È tanto que a mesma, de acordo com outras informações, passará por um tratamento psicológico. E tudo isso vai ser analisado.

   Então, diante do exposto, tudo o que aconteceu mexeu com todos, principalmente com as vítimas, mas ficam as dicas: superar o que ocorreu e nunca tentar se deixar agir pelas emoções.





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