Hepatite A é uma doença infecciosa aguda
causada pelo vírus VHA que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa
infectada para outra saudável, ou através de alimentos (especialmente os frutos
do mar, recheios cremosos de doces e alguns vegetais) ou da água contaminada.
Esse vírus pode sobreviver por até quatro
horas na pele das mãos e dos dedos. Ele é também extremamente resistente à
degradação provocada por mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação,
e chega a resistir durante anos a temperaturas de até 20ºC negativos.
A incidência da hepatite A é maior nos
locais em que o saneamento básico é deficiente ou não existe. Uma vez
infectada, a pessoa desenvolve imunidade contra VHA por toda a vida.
Diagnóstico
Além de levar em conta os sintomas, o
diagnóstico da hepatite A é feito por meio da detecção de anticorpos contra o
vírus VHA no sangue ou pela presença de seus fragmentos nas fezes.
Sintomas
A hepatite A pode ser sintomática ou
assintomática. Durante o período de incubação, que leva em média de duas a seis
semanas, os sintomas não se manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de
transmitir o vírus.
Apenas uma minoria apresenta os sintomas
clássicos da infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar,
inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes amarelo-esbranquiçadas e urina
com cor semelhante à da coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade.
No entanto, muitas vezes, os sintomas são
tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer. O paciente
continua levando vida normal e nem percebe que teve hepatite A.
Grupo de Risco
Geralmente, é na infância que se entra em
contato com o vírus. Por isso, as crianças constituem grupo de risco
importante, assim como os adultos que interagem com elas e os profissionais de
saúde.
Evolução
Em geral, o quadro de hepatite A se resolve
espontaneamente em um ou dois meses. Em alguns casos, porém, pode demorar seis
meses para o vírus ser eliminado totalmente do organismo.
A hepatite A é uma doença de curso benigno,
mas potencialmente grave. Embora não sejam frequentes, complicações podem
surgir. Uma delas, a hepatite fulminante, é um quadro que se caracteriza pela
necrose maciça e morte das células hepáticas nas primeiras seis a oito semanas
da infecção. São raros os casos de pacientes com mais de 50 anos que sobrevivem
a essa forma da doença.
Tratamento
Não existe tratamento especifico contra a
hepatite A, nem embasamento terapêutico para recomendar repouso absoluto. Na
vigência dos sintomas, porém, o próprio paciente se impõe repouso relativo.
Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o
paciente infectado ou que estão em más condições de saúde podem receber
imunoglobulina policlonal para protegê-las contra a infecção.
É absolutamente fundamental que o consumo
de álcool seja abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas
hepáticas voltaram ao normal.
Vacinas
Há duas vacinas contra a hepatite A. Uma
deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis meses; a outra, em três
doses distribuídas também nesses seis meses.
A vacina contra a hepatite A não faz parte
do Programa Oficial deVacinação oferecido pelo Ministério da Saúde, mas deve
ser administrada a partir do primeiro ano de vida, porque sua eficácia é menor
abaixo dessa faixa etária.
Pessoas que pertencem ao grupo de risco ou
que residem na mesma casa que o paciente infectado também devem ser vacinadas.
Recomendações
* Não coma frutos do mar crus ou mal
cozidos. Moluscos, especialmente, filtram grande volume de água e retêm os
vírus, se ela estiver contaminada.
* Saiba que ostras que se comem cruas
e mariscos são transmissores importantes do vírus da hepatite A;
* Evite o consumo de alimentos e bebidas
dos quais não conheça a procedência nem saiba como foram preparados;
* Procure beber só água clorada ou
fervida, especialmente nas regiões em que o saneamento básico possa ser
inadequado ou inexistente;
* Lave as mãos cuidadosamente antes
das refeições e depois de usar o banheiro. A lavagem criteriosa das mãos é
suficiente para impedir o
contágio de pessoa para pessoa;
contágio de pessoa para pessoa;
* Não ingira bebidas alcoólicas durante a
fase aguda da doença e nos três meses seguintes à volta das enzimas
hepáticas aos níveis normais;
* Verifique se os instrumentos usados
para fazer as unhas foram devidamente esterilizados ou leve consigo os que
vai usar no salão de beleza.
Dr, Drauzio Varella
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