sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Adolescente que tem "ameba que come cérebro" começa a se recuperar

 

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Kali Hardig, de 12 anos, em imagem feita em abril pela família (Foto: Traci Hardig/AP)Kali Hardig, de 12 anos, em imagem feita em
abril pela família, nos EUA (Foto: Traci Hardig/AP)
A adolescente americana Kali Hardig, de 12 anos, já consegue pronunciar algumas palavras após contrair uma ameba que "come" o cérebro, enquanto nadava em um parque aquático. A adolescente está internada desde julho no Hospital Infantil do Arkansas, em Little Rock, onde até então estava em coma induzido.
Segundo um dos médicos que cuidam da paciente, ela também já pode ingerir alguns alimentos e líquidos.
A mãe de Kali, Traci Hardig, tem acompanhado toda a luta da filha contra o parasita Naegleria fowleri, que quase sempre causa uma infecção fatal nas meninges (membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central).
Há algumas semanas, a garota teve o corpo resfriado para tentar reduzir o inchaço, foi tratada com um medicamente usado normalmente para câncer de mama e mantida sob ventilação mecânica por mais de 15 dias.
Desde então, Kali tem feito "progressos incríveis", avaliam os médicos, o que inclui respirar por conta própria, escrever o próprio nome e responder a perguntas. Exames também não mostram mais sinais da ameba no organismo.
A menina ainda terá algumas semanas de recuperação pela frente, mas a família já comemora sua vitória. Na segunda-feira (26), o americano Zachary Reyna, de 12 anos, morreu na Flórida após pegar esse mesmo parasita, enquanto brincava com amigos em uma vala perto de casa.
Entenda o caso
Kali Hardig, que vive em um subúrbio perto da cidade de Benton, no Arkansas, foi diagnosticada em julho. Segundo o médico Mark Heulitt, um dos especialistas que atendem a paciente, há relatos de apenas dois sobreviventes a essa doença até agora – um nos EUA e outro no México. Kali, portanto, pode ser a terceira.
No dia 19 de julho, a mãe da garota – que luta contra um câncer de mama – levou a filha com febre alta para o Hospital Infantil do Arkansas. Para as autoridades de saúde americanas, o sucesso de Kali se deve em grande parte à detecção e ao diagnóstico precoces da doença, e a um tratamento experimental.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Arkansas, em entrevista à agência de notícias Associated Press, o parque aquático onde a garota nadou está fechado. O local tem um lago com areia no fundo, e é provável que Kali tenha entrado em contato com o protozoário ali.
Desde 1962, foram relatados cerca de 130 casos dessa forma de meningite (chamada meningoencefalite amebiana primária) nos EUA, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.
Como a ameba age
Naegleria fowleri é frequentemente encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham. Ele pode, então, chegar até o cérebro e causar uma infecção devastadora.
Os sintomas iniciais costumam começar dentro de um a sete dias e podem incluir dor de cabeça, febre, náusea e vômitos. A doença progride rapidamente, e outros sinais comuns são rigidez no pescoço, confusão, perda de equilíbrio, convulsões e alucinações. Além disso, a infecção destrói o tecido cerebral e pode causar edema (acúmulo de líquido) e morte
G1
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