Se hoje em dia temos a dificuldade de ter médicos trabalhando
nos sertões, imagina essa escassez de profissionais antigamente. Aqui em Boa
Ventura mesmo, já teve época, e que durou muito tempo, sem pisar nem um desses
profissionais.
A sorte para os habitantes da pequena Boa Ventura era um
médico chamado Dr. Pastor, que atendia em nossa terra, bem como em Diamante,
Itaporanga e outras cidades circunvizinhas. Em outra época vinha de Triunfo,
Pernambuco, o doutor Severiano, que atendia com consultas e operava em alguns
casos.
Geralmente eles atendiam em uma casa, no sitio Garra, de
propriedade do pai do doutor Osvaldo. Conheço uma senhora que me contou que fez
uma operação de garganta no cru. Isso mesmo, o médico não deu anestesia
nenhuma. Perguntei se doeu. Ela respondeu que faz tanto tempo que nem se lembra
mais.
O senhor Zé Rosado me contou também que seu pai foi fazer uma
consulta com doutor Severiano, de um caroço que tinha nos lábios, e que, o
doutor decidiu naquela hora operar também no cru. “Vi tudo, e meu pai não deu
um gemido, mas tava branco igual a uma vela”, relembra ele, que também falou
que naquela tempo o povo era mais forte que hoje.
“Depois de operado, eu e meu pai voltamos pra casa a cavalo,
e meu pai botando sangue pela boca. Essa viagem começou de uma da tarde e
terminou quase três horas, mas quando chegou em casa, ele tava todo inchado. Mas
escapou”, conclui.
Mas seu Zé Rosado também lembra que nesse dia, um cidadão
dessa região, também foi consultar de um caroço na nádega e foi preciso operar.
“O doutor fechou a porta e quando passou alguns minutos, só via o cabra gritar:
ai mamãe, ai papai, ai minha nossa senhora. Vixe, Maria, ele gritava
desesperado. Mas também escapou”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentario.