É chocante para as famílias e para toda a comunidade do Vale
do Piancó o aumento no número de homens e mulheres cometendo suicídio, bem como
o registro de tentativas de tirar a própria vida. E o pior é a constatação de
que essas pessoas, na sua grande maioria são jovens ainda, e poucos passam da
casa dos cinqüenta anos.
A causa principal dos suicídios e das tentativas é a
depressão, doença que atinge hoje em dia até mesmo crianças e adolescentes. Em nossa
região, quase todos os dias temos relatos de alguém que se matou ou tentou se
matar, e essas vítimas dessa doença devastadora têm deixado familiares, amigos
e as comunidades perplexas, e se perguntando o porquê de um fim desse jeito.
E as perguntas aumentam, mas as soluções não. E a doença evolui,
mas as ações para o combate não. Em Itaporanga e em Piancó, os Centros de Assistências
Psicossociais (CAPS), funcionam, no entanto, precisa-se de mais profissionais
qualificados e preparados para tratar o problema, afinal de contas a demanda é
grande, já que o atendimento abrange os municípios da região.
A família que tem um poder aquisitivo financeiro melhor ainda
pode tratar seu membro enfermo em uma clinica particular, com consultas pagas e
adquirindo medicamentos que ajudam no combate a depressão. Para as famílias
humildes, que é a grande maioria, a única solução é fazer o tratamento na rede
pública de saúde, levando seus doentes às vezes para médicos que atua como clínicos,
sem qualificação apropriada, e aí comprometem o tratamento.
E nesse rol de dificuldades, observa-se, também, a omissão de
todos em levar o doente para um tratamento especializado. Vai se acomodando aos
poucos. O doente finge que não está doente e parentes fingem que não existem
problema nenhum. No entanto, a doença aos poucos vai evoluindo, piorando o
quadro do paciente.
O doente ficando cada vez mais calado e distante do mundo, e
de repente, acordam para a realidade quando o enfermo comete o suicídio ou a
tentativa, ou às vezes quando toma rumo ignorado. O problema é sério e precisa
ser redobrada a atenção no sentido de perceber os primeiros sinais da doença da
alma, para que as medidas iniciais sejam tomadas e assim possam ter certo
controle da situação.
Antigamente, as pessoas mais idosas, eram as mais propensas a
contrair a depressão. Hoje em dia, ninguém está imune a doença. E qualquer problema
de ordem emocional pode desencadear a enfermidade, por isso, a preocupação das
autoridades de saúde pública no sentido de conhecer os primeiros sintomas e
quando mais cedo tratar, mais chances de uma recuperação e até mesmo da cura
desse mal, que não escolhe idade, sexo, raça, religião e nem condição social.
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