quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A palmatória de mestre Mandú e os novos tempos

   A palmatória que a imagem mostra aí em cima, pertence há algum tempo ao padre Djacy Brasileiro, e enfeita uma mesa que ele tem somente com objetos antigos, que pertencem a nossa cultura sertaneja. Ela, a palmatória, que o padre tem, já pertenceu a um dos primeiros professores de Diamante, chamado mestre Mandú.
    Segundo o padre, a palmatória foi um presente que ganhou de um senhor em Diamante, há muito tempo, e que não se lembra mais o nome dele, possivelmente seja de um filho do mestre Mandú.
  O instrumento deve ter sido usado muitas vezes, para castigar alunos que não decoravam, sobretudo, a tabuada, há muito tempo atrás, no município diamantense. O ensino era bem diferente da nossa época moderna. Era tudo simples, sem luxo, sem conforto, e os alunos precisavam mesmo mostrar resultados, tanto para os professores, como para os pais em casa. Dependendo do erro, o professor aplicava uma ou mais palmadas.
    Não podemos ignorar o método, porque era a mentalidade da época. Com o tempo, a mente humana vai se desenvolvendo e as novas técnicas também, em todos os segmentos da humanidade, e hoje, estamos vivenciando um mundo, no qual os castigos estão sendo excluídos de toda forma.
    O que não pode mudar, entretanto, é a consciência do aluno em querer sempre estudar, respeitando seus mestres e pais, ou quem instrui para a pedagogia da vida. Há quem acredite que os novos tempos estão dando direito demais a quem deveres têm dado de menos. Mas isso é outra discussão.
    E sobre o mestre Mandú, no livro “Epopeia de uma época”, do professor Geraldo Mendes, ele narra que o professor nasceu em 1894 e faleceu em 1981. Seu nome era José  Luiz de França Mandú e que era um homem de muitos dotes. Foi um professor consagrado pelos alunos e de muita ordem em sala de aula.
   Usava sempre a palmatória, para quem lhe desobedecesse. Ainda estudou no seminário de Cajazeiras, mas largou a batina quando se apaixonou por uma moça, casando com a mesma e voltando para Diamante. Muitos doutores passaram por ele quando criança. Foi homenageado com o seu nome em uma escola na cidade. O cabo Vieira, da Policia Militar, que trabalha em Boa Ventura é neto dele.


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