A palmatória que a imagem mostra aí em cima, pertence há
algum tempo ao padre Djacy Brasileiro, e enfeita uma mesa que ele tem somente
com objetos antigos, que pertencem a nossa cultura sertaneja. Ela, a
palmatória, que o padre tem, já pertenceu a um dos primeiros professores de
Diamante, chamado mestre Mandú.
Segundo o padre, a palmatória foi um presente que ganhou de
um senhor em Diamante, há muito tempo, e que não se lembra mais o nome dele,
possivelmente seja de um filho do mestre Mandú.
O instrumento deve ter sido usado muitas vezes, para castigar
alunos que não decoravam, sobretudo, a tabuada, há muito tempo atrás, no município
diamantense. O ensino era bem diferente da nossa época moderna. Era tudo
simples, sem luxo, sem conforto, e os alunos precisavam mesmo mostrar
resultados, tanto para os professores, como para os pais em casa. Dependendo do
erro, o professor aplicava uma ou mais palmadas.
Não podemos ignorar o método, porque era a mentalidade da
época. Com o tempo, a mente humana vai se desenvolvendo e as novas técnicas
também, em todos os segmentos da humanidade, e hoje, estamos vivenciando um
mundo, no qual os castigos estão sendo excluídos de toda forma.
O que não pode mudar, entretanto, é a consciência do aluno em
querer sempre estudar, respeitando seus mestres e pais, ou quem instrui para a pedagogia
da vida. Há quem acredite que os novos tempos estão dando direito demais a quem
deveres têm dado de menos. Mas isso é outra discussão.
E sobre o mestre Mandú, no livro “Epopeia de uma época”, do
professor Geraldo Mendes, ele narra que o professor nasceu em 1894 e faleceu em
1981. Seu nome era José Luiz de França
Mandú e que era um homem de muitos dotes. Foi um professor consagrado pelos
alunos e de muita ordem em sala de aula.
Usava sempre a palmatória, para quem lhe desobedecesse. Ainda
estudou no seminário de Cajazeiras, mas largou a batina quando se apaixonou por
uma moça, casando com a mesma e voltando para Diamante. Muitos doutores
passaram por ele quando criança. Foi homenageado com o seu nome em uma escola
na cidade. O cabo Vieira, da Policia Militar, que trabalha em Boa Ventura é
neto dele.
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