quarta-feira, 17 de julho de 2013

Na vida pesada e longe, conterrâneos mata um pouco da saudade através da internet

Ênio Charles
    A vida para quem sai de sua terra natal em busca de melhores dias em cidades grandes e distantes não é nada fácil. Acordar muito cedo, pegar mais de uma condução, ganhar pouco, viver com medo de assalto e outros tipos de violência, além das piores dores, que é estar longe da família, dos amigos e do torrão natal, assim é a vida de muitos boaventurenses, que sobrevivem principalmente no sul do país.
   Embora alguns ainda sobressaiam dessa vida agitada e apertada financeiramente, mas todos, se fosse possível um recomeço, acredito que pensaria muitas vezes antes de sair de sua cidade de origem, mesmo enfrentando os problemas das intempéries do tempo, como uma seca, por exemplo.
   De alguns anos para cá, trabalhar no corte de cana, no interior de São Paulo, foi à solução encontrada por muitos agricultores, inclusive muitos jovens, de Boa Ventura e região, para fugirem do desemprego e das estiagens. E mesmo com os empregos gerados nas empresas de tecelagem em Itaporanga recentemente, muita gente ainda ficou por lá e sobrevivem nessa mesma atividade nos canaviais das cidades próximas a grande São Paulo.
    E nessa luta para se manter de pé com a família, trabalhadores fazem o que pode para matar a saudade de tudo que deixou. Quando estão de folga, a internet, para alguns tem servido como consolo que alivia a saudade e em tempo real tem noticia de tudo que acontece onde boa parte da família ainda mora.
    O jovem Ênio Charles, natural de Diamante, mas que já morou em Boa Ventura é uma dessas pessoas. Morando atualmente na cidade de Engenheiro Coelho, em São Paulo. Ele disse ao blog, que atualmente trabalha em uma metalúrgica, mas que já trabalhou no corte de cana, no cafezal e catando laranjas.
    Enio Charles contou que onde ele mora faz muito frio e as pessoas precisam acordar ainda pela madrugada, por volta das quatro horas, chovendo, fazendo frio ou não. “ É uma vida sofrida”, resume ele, afirmando logo em seguida que “ é preferível ganhar pouco no sertão a ter que viver empregado com salário razoável onde ele estar”.
   Mas Enio não estar sozinho nesse lugar, não. Segundo ele, muita gente de Boa Ventura, Diamante, Caiana, Serra Grande e outras cidades do Vale também estão empregados em diversos tipos de função nessa cidade, e enfrentam muitas dificuldades como violência e falta de assistência por parte dos poderes públicos.
   “Entro na internet quando posso, aí mato a saudade do meu sertão, principalmente quando leio as noticias do blog de Delcides, que fala muita coisa bonita do nosso povo e de nossa terra. Histórias que emociona. Dá uma vontade danada de voltar, mas agora não posso”, lamenta ele, que concluiu o segundo grau, tem curso profissionalizante e tem uma visão critica do mundo.
   Alysson Dias, natural de Boa Ventura, é operador de máquinas em uma usina no interior de São Paulo e também não ver a hora de estar na terrinha. “ Eu vou no final do ano, e se pudesse ficaria ai, sim, mas sou funcionário da empresa e tenho que voltar para trabalhar, porque, infelizmente a gente não tem emprego na nossa terra”, diz ele, que conta matar a saudade do seu lugar e da família pela internet. “ Digo sem medo de mentir, que a primeira coisa que vejo é o site seu, Delcides. Eu quero agradecer pelo que você está fazendo, contando histórias bonitas da nossa cidade e também dizendo a realidade”, conclui ele.



Alysson Dias
 


Um comentário:

  1. sabias palavras delcides essa pessoa merese todo o nosso respeito a minha opniao mais do que algums governo municipal e estadual

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