terça-feira, 21 de maio de 2013

O dia em que o prédio de Artur Guimarães pegou fogo e o padre entrou em meio as chamas


    O prédio onde hoje funciona o bar de Robertinho já foi no passado, nos anos 60, um galpão de algodão do senhor Artur Guimarães. O local era muito movimentado por sinal, e ali vendia e comprava o produto de toda a região.
   Mas um fato chamaria a atenção de todos da comunidade no ano de 1963. Em um determinado dia daquele ano, por volta das nove horas da noite, um incêndio começa e se espalha rapidamente queimando tudo pela frente.
  A pequena população da época corre para socorrer seu Artur, mas quando chega em frente ao prédio e se depara com as chamas, todos ficam inertes e temerosos diante do perigo. No entanto, um senhor ainda jovem, toma uma atitude heroica e entra em meio ao fogo, causando receio e espanto nos presentes.
     Ele era padre Cipriano, um jovem sacerdote vindo da Espanha e aqui fizera morada, e tendo como Boa Ventura sua primeira paróquia e esta seu primeiro padre. De batina, ele grita para quem estava ali naquela hora: “se ninguém entrar eu entro”. E como ninguém entrou, foi se ele tomando uma atitude que deixaria a comunidade de boca aberta.
    Porém, o povo com medo de que o padre morresse, numa ação rápida gritava: “ Nós não vamos deixar o padre morrer sozinho, não”, e entraram também, com baldes de água e pedaços de panos, tentando salvar o estoque e a partir daquele momento o  padre também.
   Depois de horas, todos salvos, inclusive boa parte do algodão. Até hoje, o fato é lembrado pelo pessoal mais velho da cidade, como seu Beno, que estava na hora e ajudou a debelar as chamas. “O povo só entrou no fogo por causa do padre, que entrou no prédio de surpresa”, lembra ele.


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