O prédio onde hoje funciona o bar de Robertinho já foi no
passado, nos anos 60, um galpão de algodão do senhor Artur Guimarães. O local era
muito movimentado por sinal, e ali vendia e comprava o produto de toda a
região.
Mas um fato chamaria a atenção de todos da comunidade no ano
de 1963. Em um determinado dia daquele ano, por volta das nove horas da noite,
um incêndio começa e se espalha rapidamente queimando tudo pela frente.
A pequena população da época corre para socorrer seu Artur,
mas quando chega em frente ao prédio e se depara com as chamas, todos ficam
inertes e temerosos diante do perigo. No entanto, um senhor ainda jovem, toma
uma atitude heroica e entra em meio ao fogo, causando receio e espanto nos
presentes.
Ele era padre Cipriano, um jovem sacerdote vindo da Espanha e
aqui fizera morada, e tendo como Boa Ventura sua primeira paróquia e esta seu
primeiro padre. De batina, ele grita para quem estava ali naquela hora: “se
ninguém entrar eu entro”. E como ninguém entrou, foi se ele tomando uma atitude
que deixaria a comunidade de boca aberta.
Porém, o povo com medo de que o padre morresse, numa ação
rápida gritava: “ Nós não vamos deixar o padre morrer sozinho, não”, e entraram
também, com baldes de água e pedaços de panos, tentando salvar o estoque e a
partir daquele momento o padre também.
Depois de horas, todos salvos, inclusive boa parte do algodão.
Até hoje, o fato é lembrado pelo pessoal mais velho da cidade, como seu Beno,
que estava na hora e ajudou a debelar as chamas. “O povo só entrou no fogo por
causa do padre, que entrou no prédio de surpresa”, lembra ele.
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