Não faz muito tempo que as rezadeiras atraiam muitas pessoas
que procuravam a cura para determinadas enfermidades. No sertão, muitas
mulheres e até mesmo homens às vezes eram mais procurados do que os médicos.
Aqui em Boa Ventura, alguns nomes ainda são lembrados quando
o assunto é a cura pela reza. Tínhamos: Maria de Ester( foto), Genora Galdino, seu Quercim
Barreiro, seu Egidio, entre outros bastante procurados. Destes, só seu Egidio vive.
Eram pessoas respeitadas e de confiança da comunidade, pois
tinham o conhecimento das orações para cada enfermidade, além de ter o dom da
cura, como muitos acreditavam. Febre, diarreia, dor de cabeça, até mesmo
verrugas eles faziam cair com as orações feitas.
Os galhos de arruda ou outra planta era essencial na hora das
orações, às vezes com água, às vezes não, dependiam da ocasião. Quando murchavam
eram certo o mal olhado, que prontamente era tirado.
Naquele tempo pouco ou nenhum médico trabalhava ou residia
por perto. Era tudo difícil, e na
medicina, então! A população procurava as rezadeiras e, de fato, eram curados
de seus males do corpo.
Com o passar do tempo e com a implantação dos PSFs em todos
os municípios, bem como o falecimento das rezadeiras mais antigas e sem nenhuma
pessoa da família para suceder o oficio, entre tantos fatores, elas hoje vivem
em fase de extinção.
Ainda temos em Boa Ventura, por exemplo, algumas pessoas que
rezam e gente que ainda as procuram, mas são poucas e não tem o renome que
tinham os de um passado não muito remoto.
A fé em Deus e na cura das doenças era a principal arma
contra os males que atingiam o corpo, às vezes a alma também, e que as
rezadeiras logo advertiam as pessoas antes das orações. Eram pessoas simples e
de muita fé, e que contribuíram muito para com a comunidade. A grande maioria
só recebia mesmo muito obrigada, mas não faziam cobranças e nem cara feia, pois
tinham a convicção que agiam em nome de Deus.
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