As
estatísticas não mentem: nos últimos anos tem crescido assustadoramente o
número de jovens vítimas do alcoolismo em nossa cidade boaventurense, e porque
não dizer em toda a nossa região sertaneja.
São
meninos e meninas ainda quando experimentam essa droga, em casas, nos bares,
nas baladas e até mesmo em eventos sociais, com os pais e outros parentes,
amigos e conhecidos.
Incentivos não faltam para o primeiro
gole e nem para a seqüência de garrafadas. Beber é fazer parte da turma, é
chique, é da onda.
Dentro do limite é razoável aproveitar
o sabor do liquido alcoólico e fazer parte da mesa, no entanto, a linha que
separa a razão desta verdade é a mesma que induz o sujeito a sempre querer
mais, como se ele fosse um poço sem fundo, ou um camelo no deserto morrendo de
sede.
O prazer é algo que todos almejam, em
qualquer circunstância, e a bebida proporciona uma ilusão de bem-estar,
causando uma falsa sensação de euforia e felicidade, deixando qualquer pessoa
cheia, de até mesmo um sentimento de inclusão individual e social.
A riqueza, a valentia, a ousadia e o
desprendimento para agir é visível, provocando, na grande maioria dos
consumidores, atos impensados que tem conseqüências para sempre em suas vidas e
na dos outros. Não nos deixam mentir os acidentes de transito e brigas
terminando em tragédias, entre outros fatos tristes.
Nada anormal nesse contexto, visto se
tratar, a bebida alcoólica, de uma droga, lícita é verdade, mas que vem
arrasando crianças, jovens, adultos, e deixando marcas indeléveis em famílias
inteiras.
O que era antes um mero prazer pessoal
e social torna-se agora um vicio e um pesadelo na vida das vítimas e de toda a
sociedade, que paga um preço caro por tais atitudes transformadas em ações
nefastas e cruéis. Sofre todo mundo.
Nos últimos cinco anos, Boa Ventura
vem experimentando o gosto amargo de ver muitos dos seus filhos morrendo aos
poucos por causa da bebida. Jovens, que poderiam estar estudando ou
trabalhando, mas que preferem as sombras das árvores próximas a açudes e rios e
mesas de bares para beber e, mergulhados num abismo optam por uma travessia sem
fim, chamada alcoolismo. E não só estes, pois também cidadãos bem conceituados
e com vida estável fazem parte desse contexto, lamentavelmente.
É certo que, sentar em uma cadeira
macia e digitar este texto, é muito mais cômodo e fácil que lutar por esse mal
que acomete nossos conterrâneos e muita gente por esse mundo afora, desde os
tempos remotos.
Mas é preciso sempre alertar as
autoridades constituídas locais, sobretudo, e a todos, de forma geral, que algo
precisa ser feito em prol dessas pessoas, que a ciência chama de enfermas, pois
não conseguem dominar o ato de beber.
O incentivo a implantação do A.A no
município é um bom começo. Em Boa Ventura já tentaram e não foi adiante. Então
se procura outros meios para ajudar. Que meios, então? Sei lá, as autoridades
públicas são constituídas para pensar e agir em prol da comunidade.
Claro que, como pessoa comum, tenho o
dever de também ajudar na medida do possível, e todos o restante da comunidade
também. Mas, planejamento, engajamento e
recursos os órgãos oficiais podem disponibilizar, e creio que a nível federal
exista algo nesse sentido. Basta, creio-me, inteligência e boa vontade para
conseguir atividades que possam sanar um pouco essa trilha que estamos acostumados
a ver.
Portanto, é imprescindível uma tomada de
atitude por parte das autoridades de saúde pública, das famílias, do individuo
viciado, comerciantes também, e de toda a sociedade, no combate a esse mal,
antes que mais vidas humanas morram impiedosamente pelas ruas e becos da nossa
cidade.
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