sexta-feira, 29 de março de 2013

Quando o vício domina

        As estatísticas não mentem: nos últimos anos tem crescido assustadoramente o número de jovens vítimas do alcoolismo em nossa cidade boaventurense, e porque não dizer em toda a nossa região sertaneja.
       São meninos e meninas ainda quando experimentam essa droga, em casas, nos bares, nas baladas e até mesmo em eventos sociais, com os pais e outros parentes, amigos e conhecidos.
        Incentivos não faltam para o primeiro gole e nem para a seqüência de garrafadas. Beber é fazer parte da turma, é chique, é da onda.
        Dentro do limite é razoável aproveitar o sabor do liquido alcoólico e fazer parte da mesa, no entanto, a linha que separa a razão desta verdade é a mesma que induz o sujeito a sempre querer mais, como se ele fosse um poço sem fundo, ou um camelo no deserto morrendo de sede.
        O prazer é algo que todos almejam, em qualquer circunstância, e a bebida proporciona uma ilusão de bem-estar, causando uma falsa sensação de euforia e felicidade, deixando qualquer pessoa cheia, de até mesmo um sentimento de inclusão individual e social.
        A riqueza, a valentia, a ousadia e o desprendimento para agir é visível, provocando, na grande maioria dos consumidores, atos impensados que tem conseqüências para sempre em suas vidas e na dos outros. Não nos deixam mentir os acidentes de transito e brigas terminando em tragédias, entre outros fatos tristes.
        Nada anormal nesse contexto, visto se tratar, a bebida alcoólica, de uma droga, lícita é verdade, mas que vem arrasando crianças, jovens, adultos, e deixando marcas indeléveis em famílias inteiras.
        O que era antes um mero prazer pessoal e social torna-se agora um vicio e um pesadelo na vida das vítimas e de toda a sociedade, que paga um preço caro por tais atitudes transformadas em ações nefastas e cruéis. Sofre todo mundo.
         Nos últimos cinco anos, Boa Ventura vem experimentando o gosto amargo de ver muitos dos seus filhos morrendo aos poucos por causa da bebida. Jovens, que poderiam estar estudando ou trabalhando, mas que preferem as sombras das árvores próximas a açudes e rios e mesas de bares para beber e, mergulhados num abismo optam por uma travessia sem fim, chamada alcoolismo. E não só estes, pois também cidadãos bem conceituados e com vida estável fazem parte desse contexto, lamentavelmente.
         É certo que, sentar em uma cadeira macia e digitar este texto, é muito mais cômodo e fácil que lutar por esse mal que acomete nossos conterrâneos e muita gente por esse mundo afora, desde os tempos remotos.
         Mas é preciso sempre alertar as autoridades constituídas locais, sobretudo, e a todos, de forma geral, que algo precisa ser feito em prol dessas pessoas, que a ciência chama de enfermas, pois não conseguem dominar o ato de beber.
         O incentivo a implantação do A.A no município é um bom começo. Em Boa Ventura já tentaram e não foi adiante. Então se procura outros meios para ajudar. Que meios, então? Sei lá, as autoridades públicas são constituídas para pensar e agir em prol da comunidade.
        Claro que, como pessoa comum, tenho o dever de também ajudar na medida do possível, e todos o restante da comunidade também. Mas,  planejamento, engajamento e recursos os órgãos oficiais podem disponibilizar, e creio que a nível federal exista algo nesse sentido. Basta, creio-me, inteligência e boa vontade para conseguir atividades que possam sanar um pouco essa trilha que estamos acostumados a ver.
       Portanto, é imprescindível uma tomada de atitude por parte das autoridades de saúde pública, das famílias, do individuo viciado, comerciantes também, e de toda a sociedade, no combate a esse mal, antes que mais vidas humanas morram impiedosamente pelas ruas e becos da nossa cidade.

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