domingo, 6 de abril de 2014

EXCLUSIVO: Vejam imagens do local onde Maria Baraúna e sua familia moravam e cópia da escritura de doaçao das terras à capela












Local onde existia a velha casa de Maria Baraúna

As imagens foram captadas por uma pessoa amiga do blog e mostram onde supostamente ficava a casa grande de Maria Baraúna, local próximo à rua coronel Zuza Lacerda e que antigamente era conhecido por Várzea Grande. De acordo com essa amiga do blog, tempos atrás, no local funcionava uma casa de vapor e existiam algumas casas de taipas.

Neste mesmo local, ela conta que o exército do Brasil também fez alguns treinamentos e que os moradores da rua coronel Zuza Lacerda tinham muito medo dos tiros disparados nos treinamentos. Isso aconteceu no começo da década de 80.

Pequeno açude construido por escravos
Claro que o local pode ter sido sim, o local onde um dia Maria Baraúna fez morada juntamente com seus familiares. Eles apareceram na região e se apossaram de vastas partes de terra, numa época, por volta de 1770, em que poucos habitantes moravam por essas bandas e que Pombal era a única cidade próxima.

As terras eram boas, como hoje ainda continuam sendo, e próxima de um rio, em que a sobrevivência dependia essencialmente de águas limpas e perto de casa. Próxima á sua casa, construiu a pequena capela, anos depois foi modificada e ampliada, e em 1979, foi derrubada e erguida uma nova igreja.



Inclusive, boa parte destas terras, foram doadas à igreja, passada a escritura no cartório de Pombal, como atesta a escritura original que continua em perfeito estado de conservação e em poder da igreja católica local. Abaixo, transcrevemos também a cópia deste valioso documento, que tem quase trezentos anos de existência.



O blog delcides.com leu atentamente e transcreveu para os leitores a escritura de doação do terreno para a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, feita pelo casal alferes Luiz Pinto e sua esposa Maria de Oliveira Dutra, a famosa Maria Baraúna, feita no ano de 1787, portanto, feita há mais de 200 anos. Na parte que existe os pontos, foi à escrita que não conseguimos entender ou por omissão do papel, que já é muito velho. O documento pertence à nossa paróquia, bem como é um patrimônio do povo católico do município, e nele observamos que Maria Baraúna era analfabeta e não sabia escrever, sendo sua assinatura sida feita por outra pessoa, e que o único cartório que existia ficava na vila de Pombal, única cidade existente naquela época em todo o sertão da Paraíba. Outro dado importante é que não é somente o terreno da capela que é doado, mas boa parte de terras em volta da capela. A imagem mostra a cópia do documento, enquanto a original se encontra sob o poder da paroquia local.

ESCRITURA DE DOAÇÃO DO PATRIMONIO
DE BOA VENTURA, PASSADA NA VILA DE POMBAL
NO ANO DE 1787, PELO ALFERES LUIZ PINTO DE
SOUSA E SUA MULHER MARIA DE OLIVEIRA DUTRA.

ESCRITURA DE DOANÇAO E PATRIMONEIO QUE FAZEM O ALFERES LUIZ PINTO DE SOUASA E SUA MULHER MARIA DE OLIVERIA DUTRA À CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO QUE SE HÁ DE HEREGIR NA FAZENDA DE SÃO BOA VENTRUA DA RIBEIRA DO PIANCÓ.

Saibam quantos este público instrumento de escritura de patrimônio ou doação ou  como de direito para sua validade............e lugar haja vivem que no ano do nascimento do nosso senhor Jesus Cristo de 1787 anos aos 29 dias do mês de dezembro do dito ano nesta nova vila de Pombal de Nossa Senhora do bom sucesso da comarca da Paraíba do Norte no meu escritório apareceram perante mim presente o alferes Luiz Pinto de Sousa e sua mulher Maria De Oliveira Dutra moradores em São Boa Ventura da Ribeira do Piancó do termo desta vila de Pombal pessoas de mim reconhecidas do que dou fé e por eles me foi dito em presenças das testemunhas ao diante nomeados e assinados que eles e os moradores da dita Ribeira pretendiam herigir na dita fazenda de São Boa Ventura uma capela de Nossa Senhora da Conceição e que para patrimônio da dita doação como de fato logo doarão meia légua de terras sito no riacho dos oitis na mesma Ribeira de Piancó que a houve por data da sismaria no Governo da Paraíba do Norte da estrada que faz com Antonio Francisco Alvares pelo riacho abaixo até aonde der a meia légua do riacho abaixo para dentro com os fundo que se concedido na mesa data e sismaria a qual meia légua de terra assim dividida ficará servindo de patrimônio a dita capela que eles doadores muito de sua vontade sem constrangimento de pessoa alguma e sedião e traspaçava a dita capela deste dia............................................................................................................o administrador de dita terra doada, e por seu falecimento e seu irmão José Felix de Sá e que desmetia ai toda posse e domínio que na dita terra doada tinha para o que logre por patrimônio a dita terra, não viram em tempo algum com duvidas ou embargos  e vindo não queiram ser ouvidas em juízo nem fora dele antes herâo contentes lhes fosse negado toda ação e recurso que a seu favor alegar pudesse que de nada usar queria senão terem e montarem esta escritura de doação e patrimônio da mesma forma que nela se declara e contem e pela doação foi dito renunciava a Lei de Viliano que faz o favor das mulheres e de como assim o disse e outorgarão e mandarão fazer este instrumento nesta nota que eu tabelião estipulei  e aceitei em nome da pessoa ausente a quem a favor dela tocar possa sendo a tudo presentes. Por testemunhas que com os doadores assinarão o licenciado  João Antunes Ferreira e o capitão José Manoel da Silva Meira moradores nesta vila pessoas de mim reconhecidas  do que dou fé e por a doadora não saber escrever  pediu a José Tavares de Melo por ela assinar, e por ser esta distribuída pelo juiz ordinário o capitão Antonio da Fonseca de Araújo por seu bilhete a lavrei nesta data. Eu, João do Rego.......tabelião o escrevi, Luiz Pinto de Sousa a rogo da doadora Maria de Oliveira Dutra, José Tavares de Melo, João Antunes Ferreira, José Manuel da Silva Meira.








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