terça-feira, 21 de maio de 2013

O rádio de Artur Guimarães e de Cicero Paulino


   O rádio chegou primeiro que a televisão e a  primeira transmissão em solo brasileiro aconteceu em 1922, por ocasião do centenário da independência do Brasil. Na década de 30, vivemos a era do rádio com até novelas e shows de calouros sendo apresentado nos estúdios das famosas emissoras do sul do país.
    Aqui no sertão paraibano uma das estações de rádios mais antigas era a alto piranhas, da cidade de Cajazeiras, sendo ouvida por muitos habitantes da região. No entanto, naquele tempo, eram poucas pessoas que tinham condições de comprar o aparelho.
    Em Boa Ventura, teve um tempo em que seu Artur Guimarães era a única pessoa da pequena cidade que possuía um ABC, aparelho bonito e que atraia a atenção dos moradores, que queriam saber as noticias do mundo e do Brasil.
    À noite, em frente à residência do mesmo, juntava muita gente, e o aparelho era colocado em uma posição que todos pudessem escutá-lo. O programa a voz do Brasil era a principal atração.
    Dias antes da posse de Djaci Arruda como governador do Acre, a noticia se espalhou que o político daria uma entrevista na rádio à noite no dia da posse. O povo entrou em alvoroço porque o único aparelho de rádio da cidade estava quebrado.
    Descobriram, então, que o senhor Cícero Paulino, no sitio cambes havia adquirido um aparelho, e logo muita gente atravessou o rio e fez da calçada daquele cidadão uma plateia ansiosa para escutar a fala do conterrâneo.
    Esse fato e tantos outros aconteceram de forma espontânea no meio do povo simples, numa época em que a simplicidade e a naturalidade reinavam absoluto nas pequenas comunidades, como a nossa.
    Sim, esse aparelho de rádio ABC da imagem é um modelo idêntico ao dos senhores Artur Guimarães e Cícero Paulinho, e pertence à dona Rozita Lopes, residente à Rua Coronel Zuza Lacerda.


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