segunda-feira, 18 de março de 2013

O parquinho e a meninada


              O parquinho chegou à cidade. Pouca coisa tem no parquinho. Algumas canoas velhas, um pula-pula, uma roda gigante pequena e outras poucas atrações. O dono do parquinho deve ser pobre, porque a gente não consegue ver nada de novo e moderno.
              As barracas que o pessoal do parquinho passa a noite são simples e sem nenhum conforto. Passam uma imagem de pessoas sofridas e que vivem andando pelo Brasil afora, na luta pela sobrevivência.
              Mas nada disso importa para a criançada. Eu já fui criança e já esperei pelo parquinho também, e sei muito bem que elas só querem mesmo é se divertir. Embora hoje em dia com a modernidade do mundo, as crianças também usam internet e celular, o parquinho ainda mantém sua tradição: atrair a meninada.
       Nesse parquinho que chegou a Boa Ventura observei a falta da difusora, tão importante no tempo passado. Também, não existe propaganda melhor de parquinho do que o boca a boca da meninada. Um vai dizendo para o outro e a notícia se espalha rapidinho.
            Porem, nem todo menino vai brincar no parquinho, porque o pai não tem dinheiro. Outros, vão e giram na roda gigante e nos outros brinquedos, e ali se esquecem da realidade do nosso mundo e tudo vira magia. 
          Tenho pena das crianças que não tem dinheiro para comprar os ingressos e ficam com os rostinhos tristes escornados nas grades. Reparem que parecem anjinhos fora do céu. O dono do parquinho não consegue enxergar esse retrato, pois o dinheiro é sua prioridade, até porque é com esse dinheiro que ele sustenta o parquinho.
            Quando o parquinho chega à cidade, a primeira coisa que faz depois que localizam um bom terreno, é pedir autorização da prefeitura para funcionar. E conseguindo, entregam muitos ingressos ali, que é dividido com alguns seletos funcionários.
         Minha proposta é que sejam doados esses ingressos numa creche e nas escolas municipais, e se forem poucos ingressos façam sorteios, e não deixem somente nas mãos de alguns funcionários. Acho que iríamos ver poucas crianças tristes nas grades do parquinho.
           O parquinho chegou à cidade. E a criançada por um tempo voltou a ser criança de fato, esquecendo por um instante a realidade e voando no mundo da imaginação. Eu preciso levar meus filhos ao parquinho antes que eles cresçam!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentario.