Neste domingo fui convidado pelo amigo Floro Rodrigues a visitar sua roça, na comunidade Alto dos Caboclos, do outro lado do rio Piancó. E depois de uma noite de chuva, não resisti ao convite e fui, ao lado dele, ver a plantação de milho e feijão. Muito bonito, mesmo. Aproveitamos a ocasião e ele me mostrou a casa onde morou por muitos anos, bem como toda a sua familia.
Ele me contou que nasceu em Santana dos Garrotes, e com dez anos de idade veio morar em Boa Ventura. Seu pai era solteiro quando veio trabalhar em um engenho nos Cambés, e ai se apaixonou por uma moça do sitio Emas, se casaram e foram para Santana.
Depois veio para Boa Ventura, com toda a família já constituída. Floro era o mais velho da irmandade. O mestre Antonio Rodrigues, pai de Floro, fazia canoas, consertava peças de engenhos e era agricultor. Por causa dos estudos de duas filhas, foi morar em Sapé, onde morreu já idoso.
Floro foi criado na roça trabalhando e continua na labuta, hoje mais por amor à terra. Nunca sai daqui, me disse, apontando para a casa velha onde veio morar ainda menino. Ele mora na cidade, mas dá cerca de quatro ou cinco viagens por dia, para cuidar das vacas e olhar a roça.
Ele, aos 85 anos de idade,é um exemplo classifico e típico do sertanejo da roça, que ainda mantém a
velha tradição de passar o ano inteiro comendo o arroz de leite, que
plantou e colheu, fruto do seu suor, e que ainda divide com os filhos e
vizinhos. VEJA ALGUMAS IMAGENS
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