O blog tem recebido ultimamente questionamentos de leitores
querendo saber o que foi decidido com o grupo escolar João Cavalcanti Sula, se
vai ser reformado ou demolido, ou se outra solução foi apresentada e acatada
pelo Governo do Estado.
Infelizmente, não temos ainda nenhuma informação que possa
ser repassada com segurança, para nossos leitores nesse sentido. O que temos
certeza absoluta é que o grupo escolar continua desativado e abandonado, com o
mato crescendo em seu terreno, as paredes, piso e telhado em ruínas.
Depois de um intenso trabalho de divulgação de como se
encontrava o prédio, de debates nas redes sociais, e nas ruas de Boa Ventura
também, e após uma grande manifestação pelas principais ruas da cidade,
inclusive sendo elaborado um abaixo-assinado e entregue a Sétima Região de
Ensino, em prol de um novo grupo, nada foi feito.
O grupo escolar João Cavalcanti Sula é patrimônio do Governo
do Estado, e este é quem deve ter responsabilidade sobre esse educandário. A
principio a grande luta era por uma reforma. No entanto, depois do impacto da
noticia dando conta da queda de um funcionário do teto da escola, o Governo
decidiu intervir.
Veio de corpo e alma, o senhor Ricardo Barbosa, secretario do
Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), que é um programa do Governo
Federal, mas que tem uma ligação com o Governo do Estado. Acompanhado por
engenheiros, ele observou tudo e ali mesmo disse ao nosso blog que a escola não
tinha condições de ser recuperada, mas sim demolida, e ali seria construída uma
nova e moderna escola, inclusive falou em escola padrão.
A partir do que foi dito e divulgado, criou-se na cidade todo
um debate, com populares sendo contra a demolição e outros a favor. Grupos de
pessoas contrarias a demolição pediram um tempo para encontrar outra saída.
Foram atrás de terrenos para acomodar essa nova escola com verbas federais.
E é nesse aspecto que algo deve ser chamado a atenção. Ora,
se essa nova escola modelo padrão for sair mesmo, com essa verba do PAC, nesse
provável terreno, o que acontecerá com o Velho Sula? Comentou-se que algo nele
seria feito.
Mas passado meses de muita conversa, nada aconteceu, e tudo
continua como antes. E diante de tudo isso, a população se encontra
desacreditada de qualquer medida que venha resolver esse problema: reformar ou
construir uma nova escola.
Uma certeza existe. Ano que vem, é ano de eleição em nível de
estado, e em ano eleitoral tudo pode acontecer inclusive um novo sula pode
ressurgir das cinzas, reformado ou não. Resta, portanto, torcer por isso, e
para que as possíveis chuvas a partir de dezembro ou janeiro não ajudem a
colocar no chão o Velho Sula, antes que qualquer medida seja tomada.
Para quem é de fora ou tem prioridades de curto prazo, é muito mais cômodo decretar a impossibilidade de reforma e construir um prédio novo no local. Patrimônio histórico é coisa cara, e provavelmente Ricardo Barbosa considerou que a comunidade à qual pertence o prédio do grupo escolar mais antigo da cidade não faz jus a esse tipo de luxo. Infelizmente, quando uma sociedade se torna suficientemente sofisticada para enteder coletivamente a importância da preservação de seu patrimônio histórico e artístico, já é tarde demais, porque ele foi abaixo. Embora eu não seja engenheiro, arrisco-me a afirmar que a preservação funcional do Sula não exige engenharia complexa, talvez seja até mais barata do que a reconstrução completa, mas renderia menos dividendos - políticos e de outra natureza - do que a demolição. Se a população considerar que precisa de um espaço diferente daquele oferecido pelo velho grupo, há, na cidade, abundância de terrenos a um custo baixo: construa-se a tal escola-padrão em outro lugar, e preserve-se a arquitetura mais antiga de Boa Ventura. Quantos prédios há, na cidade, tão antigos quanto o do Sula? O prédio restaurado poderia abrigar museu, biblioteca, salas para atividades culturais diversas ou repartições públicas municipais.
ResponderExcluir