Acreditamos que o rio Piancó
seja a principal riqueza ambiental de Boa Ventura. E sempre que pode,
gostamos de divulgar suas belezas e até mesmo o esquecimento de muita gente por
esse paraíso ecológico que temos. Mas também contamos as historias de muita gente
da terrinha que já viveu em suas águas ou próximas a elas.
E essa foi contada por Pedro Pinto. Ele disse que em um dia
de fevereiro ou março do ano de 1945, deu uma cheia tão grande no rio que
assustou os moradores daquele pequeno povoado.
Na véspera não tinha uma nuvem sequer no céu que pudesse
avisar que mais tarde cairia água. No entanto, pela madrugada caiu uma chuva
tão grande que o rio logo começou a trasbordar de canto a canto.
“Tinha uma canoa do lado de cá, no sentido da ruazinha, e aí
fomos pegar um povo que estava do outro lado do rio, e que foi pego de surpresa
com a cheia. Esse pessoal tinha que fazer a travessia para resolver problemas
em Itaporanga, até porque me parece era véspera de eleição também. Pois bem,
eu, que era muito novo, e mais outro moço também fomos pegar esse pessoal, mas
quando o povo entrou na canoa e quando já estávamos já chegando às margens, a
canoa afunda e foi um “deus nos acuda”. E o pior aconteceu”, narra ele, logo em
seguida completando.
“A sorte foi que só tinha mais adultos e eles se agarram aos
matos que iam aparecendo. No entanto, uma moça se afogou, ai eu e outra pessoa,
esqueci o nome agora, mergulharmos na água e conseguimos puxar pelos braços
dela. Puxamos pra fora da água. Todo mundo pensou que ela tivesse morrido, mas
ela começou a se debater e tirar muita água pela boca. E aí foi uma festa”,
lembra Pedro, que completou dizendo que naquela madrugada chuvosa quase
acontecia uma tragédia em Boa Ventura.
Ele disse que não se lembra mais dos nomes das pessoas que
estavam na canoa, mas que se recorda que foi uma gritaria muito grande. “ Avé
Maria, o povo chorava, gritava, só sei que ninguém nesse dia morreu”, relembra
Pedro Pinto.
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