sexta-feira, 5 de julho de 2013

O dia em que o cachorro doido mordeu Oscar

   Seu Oscar Terto de Araújo, pai de Edvaldo e de Biscoito, morava com a família no sitio Alto dos Caboclos, do outro lado do rio. Era trabalhador rural, pai de família e rezador.
Certa vez, trabalhando na roça, já perto do sol se por, um cachorro doido apareceu do nada e mordeu seu Oscar.
    Aflito diante do acontecido, ele correu pra casa, que ficava próximo do roçado, botou uma roupa limpa e correu pra rua. A medicina não era o caminho procurado por ele naquelas horas, mas sim, o poder da fé.
Correu até a igreja, mas como já era tarde e não havia missa ou novena, as portas estavam fechadas.   Alguém lembrou a ele que Conceição, que cuidava da igreja, morava perto e que ele fosse até a residência da mesma.
   Sentada na calçada de casa, Conceição atendeu o homem, mas ficou chocada com o que ele queria. “Oxe, e o senhor não que é rezar, não?”, perguntou ela.
Ele respondeu: “Tá, doida é, mulher, eu quero é a chave que abre a porta da igreja pra eu morder ela todinha, que o cachorro doido me mordeu”.
  Conceição ficou assustada com aquele pedido e deu um pulo pra trás. “E tu também ficou doido, pedir a chave da igreja pra morder”, gritava ela com medo.
“Dê-me logo, mulher, me dê logo, essa chave!”, pedia ele. Ela não resistiu e entregou a chave e seu Oscar mordia com vontade, parecia que tava comendo batata.
   Depois de umas mordidas, ele se acalmou foi pra casa no sitio e nenhuma enfermidade entrou no corpo do homem. Essa Historia foi contada por Edvaldo, seu filho, no salão de corte de cabelo, e mostra que antigamente a força da fé era de fato quem sustentava esse povo do sertão.



2 comentários:

  1. parece mesmo uma historia de pescador morava no mesmo sitio mas não recordo esse acontecimento

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  2. Essa é uma de muitas de suas historias.Ele faz parte da historia de Boa Ventura.Vô Oscar contava historias pra fazer as outras pessoas rir,coisa que ele fazia como ninguém,alias se brincar ainda hoje ele faz.
    Raquel Alvarenga!

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