quinta-feira, 27 de junho de 2013

Zé Pereira, Lampião, Zuza Lacerda e o medo da bala em Boa Ventura

    A cidade de Boa Ventura começou com  a construção de algumas pequenas casas ali próximo á igreja católica. A construção da capela, que anos depois foi substituída no mesmo local pela igreja atual, também é antiga, e tem mais de  trezentos anos.
   E muitos anos depois, já nos anos de 1930, Boa Ventura era apenas um distrito de Itaporanga, e começava a receber alguns moradores de outras regiões que gostavam do lugar. E tudo no lugar era centralizado ao redor da pequena igreja. A ruazinha era pacata e a pequena população vivia exclusivamente da agricultura.
   Alguns fatos, entretanto, marcariam a vida de muita gente do pequeno povoado, no inicio da década de trinta.  A primeira foi à revolução de 1930, quando Getúlio Vargas e partidários tomam o poder central. Tendo reflexos em todo o país, sobretudo no sertão paraibano, quando, por causas políticas, o coronel Zé Pereira, de Princesa Isabel, lança as “volantes”, que percorrem algumas cidades e povoados da região, a fim de conquistar companheiros para sua causa.
   Ele passa por Boa Ventura e entra em confronto com adversários que lhe perseguiam de longe. No pequeno povoado, Zé Pereira conseguiu apoio, mas também cara feia. Conta à história que a bala correu solta na época. Da torre da pequena igreja,  homens disparavam balas de fuzis em busca de alcançar os inimigos.
  A partir desse momento os moradores começam a abrir portas, de uma casa para outra, para facilitar uma fuga caso o inimigo voltasse e fosse voraz. Não faz muito tempo que pedreiros ao reformar algumas casas daquele local encontraram balas, armas e cinturões encravados nas paredes. Muitas balas de fuzis foram encontradas por agricultores quando preparavam a terra para plantar.
  Seu Dandor, um determinado dia, tempos depois, encontra uma bala de fuzil e ao, encaixar na brecha do cabo de uma enxada, bate com um martelo na ponta da bala e eis que um pipoco dispara no sentido do chão, o que foi a sorte do agricultor, que não sabia que a bala ainda estava intacta e oferecia risco usado daquela maneira.

   O bando de Lampião também passou pela região, no entanto, sobre esse fato, não existe registro, apenas comentários que foi passando boca a boca, e de geração a geração. E o coronel Zuza Lacerda impera nesse pedaço de terra sertanejo, mas também não há informações que ele, com todo seu império da época, tentassem impedir esses homens temidos do sertão, como Zé Pereira e Lampião, de passar por Boa Ventura.

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