Não faz muitas horas que agente estava se preparando para as
festas juninas. E já estamos no final do mês. E as festas de São Pedro, em
Itaporanga, já estão batendo a porta. E logo julho vai chegar, e agosto, e fim
de ano também. E assim, o tempo voa...
E essa percepção da rapidez do tempo não é algo subjetivo, só
meu; mas de muitos que sentem que a vida passa muito depressa, e por isso nem
damos conta da realidade, e eis que já aparece outra logo a frente, pra gente esquecer-se
da outra ou outras que nem sequer já passou.
Aliás, a gente vive de expectativa, isto é, vive esperando as
coisas acontecerem: espera o fim de semana, o aniversário, as férias, o
passeio, o pagamento no fim do mês, a festa de São João, o natal, e tantas
coisas.
Tudo isso passa muito
depressa, e talvez nessa ansiedade, que é de certa forma, normal para nosso
tempo, se transforme em rotina, e quando tudo vira rotina, nem damos conta dos
ponteiros do relógio.
Mas afinal, o tempo está correndo rápido mesmo ou é a gente
que anda preocupado demais com tanta coisa que nem dá conta que ele está voando?
Não faz muito tempo que eu era um menino; e você também. E hoje somos adultos e
quem há pouco tempo eu via sentado segurando a mão do filho na praça, já está
velhinho e nem anda mais ou já partiu. E o menino já e grande e já é pai.
Mudou o tempo ou mudou a cabeça da gente? O tempo sempre foi
um só, agente é que anda apressado demais. A cabeça anda a mil por hora, devido
a muita coisa dentro dela. Se no passado, a lentidão era própria da época, era
porque ninguém tinha pressa para viver. Vivia-se com calma, com paz.
Hoje ta tudo diferente. E na ânsia de viver para resolver
tudo, agente perde tempo. E o tempo ganha da gente, e só damos conta disso
quando o tempo não volta mais. E se agora agente parar para ler esse texto e
pensar no tempo, a gente já perdeu tempo. O negócio, então, é não parar para
sentir o tempo, e deixar que o tempo leve a gente debaixo de suas asas para
onde o tempo não volta mais.
O poeta Mario Quintana diz assim “A vida é o dever que nós
trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê é
sexta-feira! Quando se vê já é natal! Quando se vê terminou o ano...
E se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava
o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca
dourada e inútil das horas. Seguraria o amor que está a minha frente e diria
que eu o amo. E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido a falta
de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo der ser feliz. A única
falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará”.
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