O motorista do caminhão, Romário Ruud Gullit, de 22 anos, que reside em Patos, mas seguia para Piancó, onde iria dormir, apresentou-se na delegacia de Itaporanga após o fato e foi ouvido pelo delegado Cristiano Santana. Nervoso e chorando muito, ele disse que trafegava pela rodovia, quando cruzou com um carro, que estava de luz alta e ofuscou sua visão, ocasionando o atropelamento. Assim que tomaram conhecimento do fato, policias militares foram até o local e fizeram a segurança da área até a retirada do corpo.
Morador de Patos, onde a empresa tem uma filial, o motorista disse que dirige desde os 18 anos e é pai de uma criança de três, e tinha começado a trabalhar na distribuidora recentemente. Depois de ouvido, ele foi liberado, mas um inquérito será aberto para apurar as circunstâncias do fato e, dependendo das conclusões da investigação, ele poderá ainda ser indiciado por homicídio culposo (não intencional). O delegado solicitou o tacógravo do veículo para verificar a velocidade em que o carro trafegava e vai ouvir testemunhas.
Quanto à vítima, ela vivia com o gari desempregado Givaldo Faustino, tinha uma filha de 9 anos e também cuidava de uma enteada de 16 anos. Recentemente, a Fundação José Francisco de Sousa realizou uma campanha pública para angariar donativos para a família, que é extremamente pobre.
Alexandra e sua filha não tinham registro de nascimento, e a função havia protocolado na Justiça pedido do registro civil de mãe e filha como meio de livrá-la da total exclusão social a que estavam submetidas por falta de documento. A mulher já não existia para a lei, e agora desaparece também de fato. Quem nunca teve um registro de nascimento terá agora um atestado de óbito.
Situação delicada é de sua filha: uma criança que já não tinha o pai e agora também perde a mãe, sua única referência familiar. Abalada pela morte trágica da mãe, a criança passou mal e teve que ser medicada. Foto (Flávio José): mulher teve morte imediata.
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