Acabo de ler uma matéria em um site que me deixou pensativo. A notícia
dá conta de que mais da metade das crianças brasileiras não são capazes de ler
como deveriam e nem sabem fazer contas básicas adequadamente. A informação foi
repassada para a imprensa pela ONG todos pela Educação, como resultado da Prova
ABC, que foi aplicada no final de 1012 a 54 mil crianças do 3º ano do ensino
fundamental privado e público, com faixa etária de 8 anos.
Desse total avaliado, 55% não têm
proficiência adequada em leitura, sendo que 25% das crianças testadas não
conseguem sequer encontrar informações importantes, como dizer quem é o
personagem principal ou qual é o tema do texto lido, mesmo em um material
curto. A pesquisa também revelou que 67% delas estão ainda mais defasadas em
matemática e não conseguem fazer as contas básicas esperadas para sua idade.
Para Vera Lúcia Pereira dos Santos, doutora em Lingüística e em Língua
Portuguesa e suporte pedagógico de Língua Portuguesa do Ético Sistema de
Ensino, da Editora Saraiva, incentivar o gosto pela leitura é uma das missões
dos professores em todas as fases do estudante. “Os benefícios da leitura
ultrapassam o currículo da escola, mas são germinados por ela. A literatura,
porém, não deve ser tratada, em primeira instância, como matéria didática que
se ministra em minutos cronometrados pela duração de uma aula, ou várias, a que
se subordina leitura obrigatória de livros”, afirma.
Porém, com as novas tecnologias virtuais, o livro impresso perdeu um
grande espaço na formação de crianças e jovens. Por isso mesmo, é fundamental
que o educador aproveite o espaço da sala de aula para
despertar nos estudantes o interesse por ler sempre, e não só quando for
obrigado pelo professor. “Há testemunhos desanimadores, como o de pessoas que
se orgulham em dizer que nunca leram um livro inteiro na vida e, mesmo assim,
entraram em uma faculdade apenas lendo resumos na internet.
Ao mesmo tempo, é reconfortante
saber que a geração atual de jovens está descobrindo o prazer de ler por meio
de best-sellers, como os da saga Crepúsculo e os da série Harry Potter, que
servem de ponto de partida para eles chegarem aos clássicos. Um livro puxa
outro e prepara para o seguinte”, explica a doutora Vera.
Para atrair as crianças para o mundo da leitura, vale pensar em alguns
aspectos, a começar pelo local em que ela acontece na escola. O ideal é que o espaço seja
fresco e agradável, de modo a não cansar o aluno no meio da atividade. É também
preciso buscar técnicas para estimulá-lo a seguir com o texto até o final, o
que se torna mais fácil quando o professor não restringe as escolhas de temas
ao seu gosto, mas, sim, permite que os alunos descubram o prazer de ler sobre
assuntos do seu interesse.
De acordo com a pedagoga Francisca Giacometti Paris, mestre em educação
e diretora pedagógica do Ético Sistema de Ensino, os métodos adotados tanto em
sala de aula quanto em casa são determinantes para o aprendizado. Para ela, não
há uma maneira única de estudar, mas o importante é que o estudante se sinta
motivado e perceba que está evoluindo. “O melhor caminho para aprender pode ser
identificado conjuntamente entre o estudante e o educador. Analisando caso a
caso, define-se qual é a medida ideal de leituras e exercícios, por exemplo, de
acordo com a capacidade e a necessidade do aluno, sem exageros”, explica.
A educadora ressalta que a
intervenção pedagógica adequada dos educadores faz quase toda a diferença. ( com colaboração do wscom)
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